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A Diretoria Executiva de Direitos Humanos (DeDH) e o Observatório de Direitos Humanos (ODH) da Unicamp se colocam junto de quem assume a defesa inabalável da vida plena e digna, por meio de posturas, do engajamento ou do trabalho, buscando resguardar incessantemente a possibilidade da vida futura existir – íntegra, protegida e promissora. Cada manifestação ou ato de desrespeito à vida consolida o deletério caminho que nos conduz a todos, como sociedade, como humanidade, como planeta, às sendas tenebrosas da intolerância obtusa, da violência indiferente, do desprezo à semelhança, do extermínio do outro, da ruína de cada possibilidade futura de existência.

Na condição de instâncias de uma universidade pública, comprometida com a excelência no cotidiano de seu trabalho de formação e ação em prol da vida plena e digna, a DeDH e o ODH se solidarizam com quem hoje padece diante da violência e da morte brutal, precoce e evitável. Com profundo pesar, lamentamos a vigência atual de atos violentos cuja constância persistente espalha sofrimento e assombro, ampliando de modo alarmante os riscos para a sobrevivência de todos nós.

É com consternação e indignação que nos manifestamos pela efetiva e pronta ação das instituições responsáveis para que seja garantida, prontamente, a necessária justiça perante os assassinatos brutais que, lamentavelmente, nos atingem com inaceitável constância. O rastro de violência e morte apenas nas últimas três semanas é abissal: o desaparecimento e assassinato do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista Dom Phillips, no dia 5 de junho, no Vale do Javari, Amazonas; a chacina de 26 de maio na Vila Cruzeiro, complexo da Penha, cidade do Rio de Janeiro, decorrente de ação policial; o assassinato de Genivaldo de Jesus Santos no dia 25 de maio em Umbaúba, Sergipe, por ação de policiais rodoviários.

Como todo cidadão ciente do necessário zelo pelos princípios constitucionais que nos viabilizam e comprometem como sociedade possível, também clamamos pela imprescindível prevenção, presente e futura, perante qualquer ameaça aos “valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos”, garantindo o exercício dos “direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça”, como assegura nossa Lei Magna. Como instituição educadora, a Unicamp assume publicamente mais uma vez seu compromisso com o fortalecimento desses valores e convoca os poderes públicos a construir esse caminho.

A DeDH e o ODH se unem a quem, com sofrimento e indignação, fortalece o compromisso permanente com a luta intransigente pela vida plena e digna, pelo reconhecimento da inegociável justiça e pela defesa incondicional do direito de todas as formas de vida de existir, hoje e no futuro.

Madres y niños, 1992, por Oswaldo Guayasamín (acrílico sobre acrílico, 600x480cm)
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